Câmara anuncia desafios de médio e longo prazos, mas estes devem ser atacados após a solução para o risco hidrológico e o passivo que encerrou 2018 em sete bilhões de reais
Altieri apontou que atualmente as geradoras possuem um crédito retido acumulado de R$ 2,1 bilhões na CCEE. Com a sazonalização das garantas físicas de janeiro e de fevereiro as empresas devem receber mais recursos diante da existência de energia secundária considerando a garantia sazonalizada para fins de repactuação de risco. Em janeiro ficou em cerca de 160% e em fevereiro recuou um pouco e deverá ficar, segundo dados preliminares em algo próximo a 145%. Com isso, o saldo acumulado deverá elevar o que indica a redução do valor líquido a pagar que hoje é de R$ 4,1 bilhões.
Superados esses tema de curto prazo, Altieri ainda apontou que a CCEE ainda olhar para o médio e o longo prazo como os desafios a serem enfrentados. Nesse primeiro horizonte está o MRE, que em sua análise acabou sendo o causador do problema de R$ 7 bilhões do GSF. “A principal causa do MRE é a questão da hidrologia abaixo do esperado e não o risco hidrológico. Houve um grande aprendizado depois do racionamento, mas na nossa avaliação o mercado estava preparado para anos de baixa hidrologia”, comentou o presidente do conselho da CCEE. O setor estava preparado para atuar fisicamente mas não comercialmente com essa crise”, acrescentou ele, lembrando que os geradores tinham como padrão vender 95% da sua garantia física e que isso mudou.
Ainda no médio prazo ele apontou que a CCEE quer trabalhar na questão da volatilidade do PLD. Para a câmara, 49% da variação do preço de curto prazo é por conta da previsão de afluências. Por isso, apontou, é necessário um aprimoramento que reduz o peso desse item e que seria melhor os reservatórios responderem às afluências e não considerar o que se espera no futuro.
Fazem parte ainda das ações de médio prazo a questão dos subsídios na conta de energia, criar um ambiente favorável à expansão do mercado livre e atuar para reduzir a exposição das distribuidoras de energia que no ano de 2018 ficou em R$ 15,2 bilhões e que devem ser revertidos para a tarifa de acordo com o cronograma de reajustes anuais. “O índice de reajuste assim será bem mais elevado do que a inflação”, declarou ele.