O “cinturão solar”, tal como definido pelo Atlas Brasileiro de Energia Solar, elaborado pelo INPE, do qual se extraiu a figura, delimita uma área que vai do Nordeste ao Pantanal na qual as melhores taxas de irradiação solar se encontram entre o sertão da Bahia e parte de Minas Gerais.
Paradoxalmente, o relatório ONS-NT-0016/2018, que analisa a capacidade de escoamento pela rede básica, DIT e ICG para o próximo LER A-4/2018, aponta o sertão da Bahia,rico em recurso renovável, solar e eólico, como sendo hoje uma área-gargalo do SIN para esse tipo de geração.
As limitações vão desde disponibilidade física das instalações,passando por restrições da capacidade de escoamento do MW gerado e dos níveis de curto-circuito devido à superação de (velhos) equipamentos de transmissão.Se se considerar os barramentos de fronteira das DIT/ICG, impactados pela geração renovável conectada no nível de distribuição,o cenário se agrava para a futura inserção da geração distribuída, residencial e comercial.
Nossa histórica dificuldade em pensar a longo-prazo será sempre recorrida para explicar a visão exclusivamente “ad hoc”, embora não a justifique. Mais um argumento em direção à reforma do setor elétrico.
Luiz Homero Câmara Medeiros, MBA, MSc