Levantar capital é um dos pontos cruciais para o financiamento de um projeto. Por isso, com o desenvolvimento da tecnologia blockchain, as Initial Coin Offering (ICO), se apresentam como caminho viável.
Para aprofundar o assunto e explicar o funcionamento das ICOs, o Portal Criptoeconomia, juntamente com a Blockspot Media, realizou um webinar gratuito na tarde da última quinta-feira (29) sob o comando da advogada especialista no assunto, Emília Malgueiro Campos.
Inicialmente focando nas características que definem um ICO, a Advogada explicou os tipos de token mais usuais e suas finalidades. São eles: Utility (também conhecido como User ou Servie), Equity ou Security e, por fim, Debt.
Campos explicou que a primeira categoria, os tokens Utility, dão direito ao comprador de se beneficiar e utilizar algum serviço oferecido pela plataforma. Ou seja, segundo ela, esse token é “o direito antecipado que esse investidor está comprando de participar da plataforma adquirindo algum tipo de serviço dentro dela”.
O segundo token de destaque foi o Equity ou Security. Semelhante ao modelo IPO, ele possui muitas características de um valor mobiliário, e, por isso, está sujeito as regulamentações de cada país.
“Em geral o token desse tipo garante para o investidor algum tipo de rendimento ou remuneração baseado no rendimento da plataforma. É quase como se ele fosse um dividendo da plataforma para o investidor. Ele pode garantir também algum tipo de participação do investidor nas decisões da plataforma, quase como se fosse um tipo de voto”
O token Debt foi o último modelo apresentado e, em termos gerais, funciona como um empréstimo que o investidor faz para receber o montante aplicado e os juros no futuro.
“Em geral [os aportes] são feitos em criptomoedas, que podem ser em Ether e em Bitcoin, mas pode ser em qualquer outra criptomoeda e até em moeda Fiat”.
White Paper e a estruturação do token
A estruturação o token deve ser pensada visando o projeto, defende Campos. Dessa forma, ela desaconselha a escolha de um determinado token de acordo com a regulamentação, por exemplo.
“Não mude o seu projeto de acordo com a regulamentação. Mude o seu projeto de país(…) O seu token tem que fazer sentido com o seu projeto”.
O lançamento de um token tem mais chances de sucesso se houver um White Paper consistente e claro. Ao comparar com um prospecto de um IPO (Oferta pública Inicial de Ações), a advogada ressalta as características necessárias para esse documento:
- Simplicidade: O White Paper precisa conter todas as informações básicas sobre o produto de uma forma clara e objetiva;
- Design de funcionamento: De preferencia com imagens em detrimento de longas explicações;
- Informações financeiras: Quanto espera-se arrecadar? Qual será o valor de cada token? Como serão utilizados esses valores?
- Tecnologia: A descrição da plataforma que respalda o projeto, a fim de trazer mais segurança para o investidor.
- Equipe: Apresentação do time que trabalhará no projeto.
- Legal Adviser: Opinião jurídica que respalde a regulamentação do projeto.
“Basicamente é isso o que está sendo vendido. Qual a experiência em projetos semelhantes foram feitos por esse time?”
Campos não deixa de fora a importância crucial das redes sociais para a arrecadação de fundos, principalmente nessa fase inicial. Por isso um marketing bem desenhado, a escolha dos parceiros certos e a divulgação na rede precisam estar presentes.
“As mídias sociais falam línguas diferentes. A linguagem que o Facebook fala é diferente da proposta pelo LinkedIn. Então você precisa de um approach para falar com cada meio”.
Por fim a Advogada ressalta a importância de estar atento as regulamentações e jurisdições de cada país e se posiciona a favor das criptomoedas, ao se declara uma entusiasta das características que permeiam esse ativo.
O Webinar completo pode ser conferido no canal do Portal Criptoeconomia, no Youtube, neste link.